Eixos temáticos

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Eixo 1.

Psicologia social, políticas públicas e direitos sociais: práticas de resistência e emancipação em contextos neoliberais

Esse eixo é composto por pesquisas e práticas em Psicologia Social que discutam os processos contemporâneos de construção dos direitos sociais, articulados com as políticas públicas e o enfrentamento aos contextos neoliberais. Em articulação com o tema geral do encontro, o presente eixo incluirá estudos sobre a produção de políticas públicas (formulação, implementação e avaliação). Serão aceitos trabalhos que se inserem em diferentes políticas públicas, tais como na área da educação, envolvendo os debates sobre os crescentes ataques e diferentes formas de precarização; na área da saúde, abrangendo também a dimensão coletiva e cultural dos processos aí implicados e que buscam fortalecer o diálogo com os diferentes níveis de atenção à saúde, inserindo-se no atual debate sobre a manutenção e ampliação deste direito fundamental e a participação da psicologia nas ações coletivas em saúde; na área da assistência social, promovendo discussões sobre as diferentes práticas construídas neste âmbito; e outros que estejam em consonância com o tema do evento.

EIXO 2.

Psicologia social, gênero e sexualidades

Esse eixo propõe o debate de experiências de pesquisa e intervenções em Psicologia Social, em articulação com o tema do Encontro, que discutam criticamente as relações sociais pautadas pelo patriarcado, sexismo e pela cis-heteronorma de modo a configurar práticas relativas ao sexo-gênero, à orientação sexual, à identidade de gênero, territórios de existência, direitos sexuais e reprodutivos e as conjugalidades. O eixo também tem como objetivo a articulação com as questões de raça-etnia, idade-geração e classe a partir da partilha de conhecimentos e práxis no enfrentamento aos desafios impostos pelo atual momento político (retrocessos, violências e negação de direitos), bem como a produção de uma rede que potencialize estratégias de resistência no que diz respeito aos processos coletivos, à (re)invenção de si, a despatologização das identidades, dos gêneros e dos sujeitos.

EIXO 3.

Psicologia social, comunicação e mídias

Acolhe trabalhos que discutam as relações entre os modos de comunicação - tanto das chamadas mídias de massa (TV, rádio, jornal), sociais (blogs, microblogs, redes sociais, fóruns, e-groups, instant messengers, wikis, sites de compartilhamento de conteúdo multimidia entre outros) e alternativas (comunitárias) - com a produção de subjetividade destacando suas estratégias hegemônicas de homogeneização, censuras e/ou táticas de resistência, multiplicidade e criação. Reúne também trabalhos que adotam uma noção ampliada de mídia como “medias”, isto é, como mediações, recebendo assim as reflexões e pesquisas sobre seus usos táticos e educativos de mídias, a exemplo dos “games” e outros veículos e ferramentas de comunicação. Os trabalhos devem explicitar a relação com o tema do Encontro, bem como a metodologia utilizada no estudo e as contribuições da análise realizada para o campo da Psicologia Social.

Eixo 4.

Insurgências ético-estético-políticas: contribuições da psicologia social

Este eixo acolhe estudos, pesquisas e intervenções que problematizam as relações entre arte, tecnologias, Psicologia Social e política. Visa reunir reflexões sobre as mais diversas expressões artísticas, criação poética e resistência política. Dentre as diversas formas de expressão, podem ser citadas as Artes Cênicas, Artes do Corpo, Artes Visuais, Cinema, Literatura, dentre outras. Os trabalhos devem necessariamente dialogar com aportes teórico-metodológicos da Psicologia Social e com o tema do Encontro, seja no sentido de ampliá-los a partir das contribuições de experimentações artísticas, seja no sentido de evidenciar a atualidade de teorias que vêm sendo desenvolvidas para o estudo das artes, tecnologias e suas interfaces como insurgências sociais.

Eixo 5.

Psicologia social e trabalho no neoliberalismo: lutas sociais e resistências

Reúne trabalhos que tratam das configurações contemporâneas do mundo do trabalho, no cenário de hegemonia capitalista neoliberal, tendo como pano de fundo a temática geral do Encontro. Propõe analisar formas de viver e significar modos de organização do trabalho e suas implicações à saúde, subjetividade e organização política dos trabalhadores/as. Abrange experiências de pesquisa e atuação de perspectivas críticas ao sistema produtivo hegemônico, à lógica privatista e às reformas da previdência e trabalhista, que resultam em sofrimentos e violações de direitos, por meio do recrudescimento do desemprego, do trabalho informal e precário. Tratará também das políticas públicas de saúde do trabalhador, geração de trabalho e renda; e formas de enfrentamento e resistência, como a economia popular e a economia solidária.

Eixo 6.

Estado, democracia e movimentos sociais: contribuições da psicologia social

Propõe reunir trabalhos que tratam da articulação da Psicologia Social com processos e práticas dos movimentos sociais e coletivos políticos dedicados à construção e defesa de direitos e da democracia, entendida como um campo em permanente disputa, no enfrentamento às opressões e à exploração; por meio do fortalecimento da política, da ampliação dos espaços de participação, das possibilidades e tensões na relação com o Estado, ou ainda da análise de diferentes manifestações sociais e práticas de resistência.. Propõe ainda debater a importância da política e dos movimentos sociais em um contexto marcado pela mundialização do neoliberalismo, pelo avanço do pensamento conservador e de práticas e discursos de caráter populista e fascista e por retrocessos no campo dos direitos. As propostas de trabalho desse eixo deverão articular elementos com o tema do Encontro.

Eixo 7.

Questões teórico-metodológicas em Psicologia Social e a realidade brasileira: formação, pesquisa e intervenções

Este eixo se propõe, em diálogo com o tema geral do Encontro, a discutir trabalhos que buscam historicizar e problematizar a produção de conhecimento, formação e/ou intervenções em Psicologia Social e como ela se configura hoje com seus métodos, seus objetos de estudo e de intervenções. Tem a intenção de reunir propostas que apresentem um estreito diálogo com as epistemologias, com a ética e com a política e visa demarcar criticamente o processo de colonização dos saberes, da ciência e da sociedade, o crescente antirracionalidade e a mercantilização e privatização do conhecimento, bem como os processos de ataque à autonomia universitária.

Eixo 8.

Psicologia social e políticas de igualdade racial e étnica no Brasil

Consideramos a necessidade da Psicologia Social, além de uma reflexão crítica sobre as desigualdades históricas étnico-raciais no Brasil, proporcionar e colaborar com os espaços e atores sociais que trabalhem para o avanço da luta pela consolidação das políticas de igualdade racial e étnica, em articulação com as questões e gênero e classe social. É ainda fundamental observar como historicamente as formas sistemáticas de extermínio desses povos tornou-se fator estrutural da exploração capitalista e resultaram, de um lado, em vantagens e privilégios às elites econômicas do país, de outro, na continuidade e no avanço das lutas por territórios, por direitos humanos e pelo reconhecimento das pluralidades culturais como maneira de preservação das identidades. Dessa forma, este eixo, em articulação com o tema central do evento, pretende promover espaços de discussão de profissionais, militantes e pesquisadores do tema sobre a as questões étnico-raciais, notadamente o enfrentamento da política de extermínio das populações negras, particularmente as pobres e periféricas, assim como dos povos indígenas. Também acolherá trabalhos que visem discutir criticamente a branquitude e seus efeitos na reprodução do racismo estrutural, os povos tradicionais, a questão da identidade negra, negritude e ações de resistência e potência na produção de vida.

Eixo 9.

Ética, violências e (in)justiça em tempos de retrocessos mundial e nacional dos direitos humanos: contribuições da psicologia social

Nesse eixo pretende-se refletir criticamente sobre questões de ética e (in)justiças, em tempos de acirramento de violências e violações de direitos pelo Estado e seus dispositivos institucionais e por grupos sociais que aderem e conciliam posições autoritárias aos interesses econômicos das elites financeiras. Assim, tal proposição, em consonância com o tema do Encontro e tomando as questões geracionais, de gênero e raça/etnia, entre outras, em sua transversalidade, nos possibilita analisar criticamente o momento de retrocessos nas políticas públicas e na forma de compreensão do humano, em seus direitos, liberdades e constituição subjetiva. Nesse contexto, problematizar como as violências e violações de Direitos Humanos se tornam pautas urgentes e necessárias na luta por reconhecimento crítico desses direitos coletivos e subjetivos.

Eixo 10.

Território e modos de vida: atuação e pesquisa em psicologia social na cidade e no campo

Este eixo acolhe trabalhos relacionados com a produção de subjetividade, as políticas públicas, as questões político-sociais e ambientais, bem como os desafios ético-políticos, epistêmicos e metodológicos relacionados com a questão de território e modos de vida em suas diferentes expressões. Em articulação com a temática geral do Encontro, abrange as propostas que se situam e/ou problematizam a interface entre Psicologia Social e as diferentes modulações do espaço e das formas de vida: pequenas e grandes cidades (direito à cidade), comunidades rurais, pesqueiras, ribeirinhas, indígenas e quilombolas, bem como a produção de conhecimento considerando os saberes populares e na desconstrução de processos colonizadores da ciência e da sociedade.

Eixo 11.

Psicologia social, laicidade e fundamentalismos: enfrentamentos contra a restrição dos direitos

Este eixo temático se propõe a discutir trabalhos que buscam historicizar e problematizar os arranjos e relações entre laicidade, Estado, instituições religiosas, política e religião, em diálogo com o tema do Encontro e compreendendo as inter-relações das questões de gênero, raça/etnia e classe, entre outras. A partir do reconhecimento de um contexto de disputa pelo Estado laico e pelos direitos humanos, os debates deste eixo visam abordar ainda os movimentos religiosos brasileiros contemporâneos, e suas aproximações, limites e articulações com a arena política institucional de decisões, as políticas públicas, as mídias e os movimentos sociais, de modo a pensar enfrentamentos possíveis contra a restrição de direitos. Com isto, propomos analisar como o recrudescimento de posições fundamentalistas provocam um estreitamento da esfera pública com sérios prejuízos na luta por um projeto de Estado democrático e participativo. Considera-se que a defesa do Estado laico se constitui como uma das questões que impactam fortemente o avanço de lutas sociais historicamente subalternizadas na sociedade brasileira.

Eixo 12.

Psicologia social, democracia, autoritarismos e subjetividade

Em um contexto de diferentes formas de ataques à democracia brasileira, apologia à ditadura, atos e discursos extremistas, o advento das “fakenews” e outros, o presente eixo, em consonância com o tema do Encontro, tem por objetivo discutir as relações entre Psicologia Social e a democracia e, mais particularmente, aos ataques à democracia. Os trabalhos poderão versar também sobre o desdobramento de elementos subjetivos que compõem e permitem o afloramento da face contemporânea do autoritarismo e polarização social; sobre as diferentes formas de intimidação e repressão às ações populares em defesa da ampla garantia dos direitos da população; bem como alternativas, insurgências capazes de contribuir para a produção de espaços de fortalecimento e manutenção da democracia. Para tanto, as propostas deverão discutir criticamente a participação social e/ou participação popular como elemento de desenvolvimento democrático e de cidadania, na sua relação com o contexto mais recente da sociedade brasileira.

Eixo 13.

Psicologia social em tempos de crises, emergências e desastres

Eixo temático para acolher trabalhos relativos aos desafios da Psicologia Social frente a situações de crises, emergências e desastres, em diálogo com o tema geral do Encontro. Nesse sentido, abarcará trabalhos de atividades de pesquisa, extensão universitária e intervenções profissionais nas políticas públicas, em organizações humanitárias, em ações voluntárias e em movimentos e coletivos de pessoas afetadas por tais situações (ressaltando o protagonismo social dos afetados), tanto nas respostas de atendimento quanto em ações anteriores, de prevenção e preparação, e posteriores, para reconstrução de (outra) convivência. Acolherá, assim, debates sobre situações de diversas origens, como a socioambiental, a tecnológica e a humanitária (secas, enchentes, deslizamentos, incêndios florestais, vendavais, rompimentos de barragens, acidentes químicos e em transportes de passageiros, migração de refugiados, remoção forçada de comunidades, epidemias, conflitos territoriais, ataques violentos, entre outras).